A Síndrome de Kawasaki (SK) é caracterizada por uma vasculite sistêmica, ou seja, uma inflamação dos vasos sanguíneos do corpo, o que provoca sintomas como vermelhidão intensa na região do tronco do corpo e conjuntivite além de uma grave alteração cardíaca.
Porque acontece a Síndrome de Kawasaki?
As causas específicas dessa doença ainda não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que a resposta exagerada do sistema imunitário esteja relacionado com ela e que doenças causadas por vírus, como o COVID-19, também aumentem as chances do seu aparecimento. Aparentemente pessoas da mesma família tem maior propensão ao seu aparecimento, especialmente os asiáticos.
Qual a relação da Síndrome de Kawasaki e Coronavírus?
Embora não se tenha certeza de que o COVID-19 possa estar diretamente relacionado à Síndrome de Kawasaki, tem sido observado no Reino Unido um aumento do número de crianças afetadas com a SK e que testaram positivo para o novo coronavírus. Acredita-se que o COVID-19 cause uma reação imunitária exagerada no corpo das crianças com menos de 9 anos de idade, e que esta seja a explicação para o desenvolvimento dessa síndrome.
Isso não quer dizer que todas as crianças que tenham sido contaminadas com o novo coronavírus desenvolvam esta doença, mas é preciso ficar atento aos sintomas, e se eles surgirem, buscar ajuda médica o quanto antes, para evitar as complicações que a SK pode trazer.
Quais os sintomas da Síndrome de Kawasaki?
A doença da Kawasaki manifesta-se em 2 fases distintas:
Sintomas da 1ª fase:
- Febre alta, acima de 39ºC por um longo período (5-15 dias);
- Vermelhidão no tronco e região genital;
- Vermelhidão nos olhos e inchaço das pálpebras (conjuntivite);
- Língua muito vermelha, inchada (língua de framboesa);
- Dor de garganta e dificuldade para engolir os alimentos.
Sintomas da 2ª fase (cerca de 5 dias após o início dos sintomas):
- Descamação dos pés e das mãos;
- Inchaço dos gânglios linfáticos;
- Dor nas articulações;
- Dor abdominal e diarreia;
- Vômitos.
Os primeiros sintomas podem surgir alguns dias depois de uma infeção viral iniciar ou surgirem de uma outra para outra, sem causa aparente. Sabe-se que os asiáticos são mais propensos ao seu desenvolvimento e que os bebês com menos de 6 meses de vida não são tão afetados.
A SK tem uma preferência pelos vasos sanguíneos de médio calibre, como os que chegam ao coração e por isso esta é uma doença grave. Cerca de 85% dos casos são de crianças entre os 2 e 5 anos de idade.
Nem todos os sintomas precisam estar presentes para o diagnóstico dessa doença, e nesse caso, é chamada de Síndrome de Kawasaki incompleta.
Qual o tratamento indicado para Síndrome de Kawasaki?
O objetivo do tratamento é reduzir a inflamação e melhorar a resposta do sistema imunitário, para isso o médico pode receitar o uso de remédio para baixar a febre, AAS e injeção de imunoglobulina, durante o internamento hospitalar.
A febre cessa em 2 dias após o início do tratamento e não com o uso de antibióticos, por isso estes não são indicados.
Também se faz necessário avaliar se existem danos cardíacos, por isso, o médico pode solicitar uma série de exames de sangue e urina que possam indicar estas alterações, assim como o eletrocardiograma e o raio-X de tórax.
Quais as possíveis complicações da doença de Kawasaki?
A doença de Kawasaki pode ter como complicações o surgimento de doenças cardíacas, inflamação e aumento do coração, arritmia e inflamação das coronárias, que são artérias que suprem o coração. A última é a complicação mais temida, porque aumenta o risco de formação de coágulos que podem gerar um enfarto na criança, sendo uma situação grave que coloca em risco a sua vida. Cerca de 25% dos casos afeta gravemente o coração.
Saiba como proteger as crianças do novo coronavírus para evitar a SK.