Pois, é verdade! Whoopi Goldberg é uma atriz, compositora, comediante, autora e ativista política com dislexia. Recebeu diversos prémios pelo seu trabalho: Emmy, Grammy, Tony e Oscar.
O que Whoopi Goldberg conta sobre ser Disléxica
Como te sentiste quando descobriste que és disléxica?
Foi bom perceber que não era apenas preguiçosa. E que não tinha de explicar às pessoas que não era porque não queria fazer, mas porque estava a ter dificuldades em fazer. Simplesmente assumiam que era preguiçosa, estúpida e muitas outras coisas. O que mais me perturbou foi não compreender como não percebiam que era inteligente, só não entendia as coisas da mesma maneira que as outras crianças.
Gozaram contigo na escola?
Sim, não necessariamente porque não conseguia acompanhar, mas porque era “esquisita”. Era diferente e por isso era considerada estranha.
O desafio é como nos vemos, não como pessoas com um handicap, mas como pessoas com uma perspectiva diferente em todas as coisas.
Que tipo de apoio tinhas?
A minha mãe. Ela dizia-me: “eu sei que consegues, porque compreendes o que eu digo. Eu não sei o que tens, mas isso não me vai assustar.”
A dislexia corre na família?
Daquilo que sabemos mais ninguém tem a não ser eu.
Achas que a dislexia te ajudou a ser o que és hoje?
Sim, tenho a certeza que foi uma grande influência. Desde que nasci, sempre fingi estar noutros períodos da história, ser outra pessoa. Sempre ajudou a minha mente a expandir-se.
O que dirias que é a coisa mais desafiante em seres disléxica?
A vantagem é a forma como o meu cérebro recebe informação: de forma diferente e mais interessante. É menos desafiante agora, porque tenho ideia do que se trata. O desafio será sempre como nos vemos a nós próprios. Não como pessoas com dificuldades, mas pessoas com uma perspectiva diferente em todas as coisas.
Qual o conselho que dás a pais de disléxicos?
Para de procurar a causa, não sabemos as causas. A culpa não é tua, por isso deixa isso para trás. E começa a prestar atenção, para perceber que eu faço coisas de forma diferente, para compreenderes como faço as coisas. E não rotules os teus filhos, por exemplo de “estúpido”.