Saúde Infantil

O que é a Síndrome Alcoólica Fetal e como prevenir

Escrito por Marcelle da Costa

A Síndrome Alcoólica Fetal acontece quando a mãe ingere álcool durante a gravidez, o que traz prejuízos para o desenvolvimento fetal, que irão marcar toda sua vida.


Como acontece

O efeito do álcool no corpo da mulher é maior que no dos homens, havendo maiores riscos de complicações clínicas e risco de mortalidade. Quando consumido durante a gravidez, o álcool passa diretamente pela placenta afetando negativamente o bebê em formação.

O líquido amniótico (que envolve o feto) é considerado um reservatório de álcool, que irá envolver todo o feto, chegando à sua corrente sanguínea e até ao seu cérebro em formação trazendo consequências irreversíveis para a criança.

Características

As características da Síndrome Alcoólica fetal são:

Anomalias faciais:

  • Fissura palpebral pequena;
  • Ptose palpebral;
  • Hemiface achatada;
  • Nariz antevertido;
  • Filtro liso;
  • Lábio superior fino:

Restrição de crescimento:

  • Baixo peso ao nascer;
  • Restrição de crescimento apesar da nutrição adequada;
  • Baixo peso relativo à altura;

Alterações de neurodesenvolvimento do SNC:

  • Microcefalia;
  • Anormalidades estruturais do cérebro incluindo agenesia do corpo caloso e
    hipoplasia cerebelar;
  • Outros sinais neurológicos como dificuldades motoras finas, perda da audição
    sensoneural, incoordenação da deambulação e dificuldade da coordenação olho-mão;

Anormalidades comportamentais inexplicáveis:

  • Incapacidade de leitura;
  • Fraco desempenho escolar;
  • Dificuldade de controle dos impulsos;
  • Problemas com a percepção social;
  • Dificuldade de linguagem;
  • Raciocínio abstrato pobre;
  • Habilidades prejudicadas;
  • Dificuldades de memória e de julgamento;

Defeitos congênitos:

Incluídos mas não limitados a:

  • Defeitos cardíacos;
  • Deformidades do esqueleto e dos membros;
  • Anomalias anatômicas renais;
  • Alterações oftalmológicas;
  • Ausência da orelha;
  • Fenda labial ou do palato.

Quando as deficiências não são severas denomina-se efeito alcoólico fetal. Esta expressão foi criada em 1973 por um grupo de cientistas da universidade de Washington.

Como é feito o diagnóstico

De acordo com o CDC para chegar ao diagnóstico dessa síndrome é preciso apresentar:

  • Pelo menos, 3 características faciais típicas;
  • Alterações no crescimento;
  • Anormalidades no SNC à nível estrutural, neurológico ou funcional, como perímetro cefálico, baixo desenvolvimento para idade, déficit cognitivo ou intelectual, retardo das funções motoras, dificuldade de socialização, memória fraca, não se adaptar à rotina familiar.

O diagnóstico é mais fácil entre os 2 e os 11 anos de idade, quando as características faciais são mais evidentes, assim como as alterações cerebrais.

Tratamento

Não existe um tratamento específico que possa curar essa síndrome, mas é possível prevenir através da restrição de bebidas alcoólicas durante toda gravidez.

O bebê que nasce com a Síndrome Alcoólica Fetal pode precisar de acompanhamento especial nos estudos e de ser seguido pelo neurologista ou outro especialista, dependendo do tipo de alteração que possa se manifestar. É certo que a família terá que lidar com as consequências geradas pelo consumo de álcool durante a gravidez por toda vida.

Como prevenir

A prevenção elimina totalmente as consequências deletérias do álcool no organismo e consiste em apenas restringir o consumo de álcool durante a gestação. Não existe quantidade mínima e máxima permitida para consumo seguro e por isso fica proibido o consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica por mulheres grávidas.

Bibliografia

  1. Efeitos do álcool no recém-nascido. Maria dos Anjos Mesquita. Einstein. 2010; 8(3 Pt 1):368-75
  2. Síndrome Alcoólica Fetal: um estudo de caso. Neuza Carisa Borges Teixeira. TCC Universidade Fernando Pessoa. 2016.

Sobre o Autor

Marcelle da Costa

Fisioterapeuta credenciada, com formação em Psicomotricidade e Desenvolvimento Infantil.
Empreendedora social, prática e sempre pronta a ajudar!