Dislexia Educação e Ensino Especial

Ronald Davis – Dislexia

Ronald Davis – dislexia é algo presente na sua vida.  Ronald Davis é disléxico e apercebeu-se na sua própria vida de como controlar os sintomas da dislexia. Escreveu um livro para ajudar crianças e jovens com a mesma dificuldade de aprendizagem.


Ronald Davis – Dislexia

Em entrevista  à Folha online, jornal de S.Paulo Ronald Davis fala sobre o facto de ser disléxico, algumas experiências de vida e também sobre o seu método descrito no seu livro.

Como foi diagnosticada a sua dislexia?

Fui considerado um atrasado mental até aos 17 anos e aí fiz um teste de Q.I. e o resultado foi alto. Depois de algumas outras consultas recebi o diagnóstico. O errado não é uma pessoa ser disléxica, mas sim a forma como a escola tenta ensinar os conteúdos. O cérebro do disléxico funciona de outra maneira.

Os seus pais ajudaram a vencer o transtorno?

O meu pai teve sempre vergonha de ter um filho com problemas mentais. Batia-me constantemente. Dos 3 aos 13 anos ele partiu-me 36 ossos. A minha mãe foi um anjo para mim. Aceitou-me como eu era, sem expectativas. Sem o apoio dela, nós não estaríamos a ter esta conversa (risos).

A sua experiência escolar foi muito traumatizante?

Eu tinha pavor da escola, morria de vergonha. Eles mandavam–me sentar num canto da sala e eu sentia-me emocional e psicologicamente sempre naquele canto.

Como  conseguiu ser Engenheiro?

Cheguei a frequentar a Universidade de Utah, mas é impossível quando não se consegue ler. Com 20 anos, eu demorava duas horas para ler o que as pessoas “normais” liam em cinco minutos. Estava sempre atrasado nas matérias. Fui para um Instituto Técnico, em que não havia muita necessidade de leitura, as aulas eram muito práticas e manuais. Aos 25 anos recebi o Diploma de Engenheiro Mecânico e comecei a actuar na área.

Como percebeu que podia “controlar” a dislexia?

Disseram-me que o meu cérebro sofreu uma lesão e que jamais conseguiria ler bem. Mas eu percebi enquanto esculpia, que no auge da minha criatividade artística a minha dislexia piorava. Isso mudou a maneira como eu via o distúrbio – se não era estrutural, e sim funcional, eu podia fazer alguma coisa que eliminasse o problema. Eu tinha 37 anos. Então criei um Centro de Pesquisa e uma Associação para ajudar no controle dos sintomas.

Os métodos de “controle da desorientação” para qualquer disléxico?

O meu maior objectivo ao escrever o livro foi ajudar a mãe ou o pai de uma criança que pede “ Por favor, não me faça ir para a escola”. Esses pais podem aprender esses métodos, assim como um adulto disléxico. A dislexia não tem cura, mas os seus sintomas podem ser controlados.

Sobre o Autor

Cláudia Pereira

Educadora Social, formadora certificada, especialista em educação, dificuldades de aprendizagem e necessidades educativas especiais.
Empreendedora digital, criativa e apaixonada por criar conteúdo útil e prático para pais e profissionais.