A Epilepsia é um transtorno que afeta o cérebro causando as chamadas crises epiléticas, onde a pessoa apresenta sintomas como tremedeira de todo corpo, perda da consciência momentânea e pode espumar pela boca.
O que é Epilepsia
Epilepsia não é uma doença mental ou psiquiátrica, mas sim um problema físico que ocorre por um mau funcionamento de certos neurónios cerebrais. De acordo com a Fundação Americana de Epilepsia, os indivíduos podem, por um curto período de tempo, sofrer alterações de consciência, de movimentos ou de ações durante o qual as células cerebrais não funcionam adequadamente.
A epilepsia pode afetar qualquer pessoa em qualquer momento da sua vida, mas normalmente manifesta-se na infância ou a partir dos 65 anos de idade. Atualmente existem cerca de 50 milhões de habitantes no mundo que convivem diariamente com a epilepsia.
Ela pode ser de 2 tipos:
- Grande Mal/ Ataque de Epilepsia:
A crise tónico-clónica é uma crise generalizada que normalmente dura entre 30 segundos a vários minutos e pode ser bastante assustadora para quem assiste. Por norma, começa com um grito, ao qual se segue perda de consciência. A pessoa cai ao chão e o seu corpo torna-se rígido, seguindo-se movimentos convulsivos e por vezes perda de urina e fezes. A respiração torna-se irregular e pode suspender-se temporariamente. Após a crise, a pessoa provavelmente não se lembrará de nada e sentir-se-á muito cansada, necessitando de descanso.
- Pequeno Mal/ Crise de Ausências:
A crise larvada ou pequeno mal também é considerada uma forma de crise generalizada, embora com outras características. Durante a crise a pessoa perde contacto com a realidade, consistindo em frequentes ausências e de curta duração. Podem ocorrer movimentos de mastigação e pestanejar rápido, mas não se verificam movimentos bruscos do corpo. A crise pode demorar alguns segundos ou meio minuto, podendo passar completamente despercebido, sendo frequentemente tomado como falta de atenção ou distração por parte dos pais ou educadores.
O que causa Epilepsia
Por norma uma crise epiléptica é desencadeada pela atividade eléctrica excessiva de um grupo de neurónios – células cerebrais – e pode afetar funções como o movimento ou comportamento ou a noção do que está a acontecer à sua volta. A crise usualmente dura apenas alguns segundos ou minutos, e assim que termina o cérebro retorna ao seu funcionamento normal.
Sintomas de Epilepsia
O sintoma mais comum são as convulsões, que se manifestam através de:
- Movimentos estranhos dos braços e das pernas, a pessoa geralmente cai ao chão e se debate, não respondendo aos estímulos externos;
- Sons estranhos;
- Olhar fixo ou períodos de ausência, sem razão aparente;
- Os olhos podem revirar e ela pode espumar pela boca, por vezes pode ser sangue;
- A pessoa pode urinar ou defecar, sem intenção;
- Respiração Cessante;
- Consciência recuperada após alguns minutos.
Cerca de 70% das pessoas com epilepsia desfrutam de uma vida plena, sem crises, gerindo de forma perfeitamente normal o seu tempo, graças à administração de tratamentos anti epilépticos, como, por exemplo, a medicação.
Como reconhecer um ataque de Epilepsia
Um ataque epilético pode acontecer a qualquer momento na pessoa que apresenta epilepsia. Certos fatores ambientais podem gerar uma crise, como música muito alta, luzes piscando e se movendo em várias direções, o que pode acontecer em festas, jogos de videogame, e até mesmo, emoções muito fortes.
Diagnóstico da Epilepsia
O diagnóstico é feito pelo médico levando em consideração as características de uma crise epilética. Com base na descrição feita pelo indivíduo ou pelos seus pais, o médico neurologista pode solicitar exames como:
- Eletroencefalograma – que irá evidenciar o funcionamento neuronal;
- Ressonância Magnética – para avaliação do cérebro;
- Tomografia Computadorizada – para avaliação de todas as estruturas do crânio, já que algumas alterações do próprio crânio podem causar crises epiléticas e estas poderão ser solucionadas com cirurgia.
É possível e bastante comum que as pessoas ao longo da sua vida sofram de uma crise epiléptica, mas, segundo a Liga Internacional contra a Epilepsia, para ser diagnosticado com epilepsia tem de se ter mais do que uma crise. E claro que tem que se ter em conta que febre elevada, diabetes, stress, consumo excessivo de álcool e consumo de drogas podem desencadear uma crise, mas não são considerados epilepsia.
Tratamento para Epilepsia
O tratamento normalmente é feito com a toma diária de medicamentos anti epilépticos indicados pelo neurologista. De acordo com a gravidade das crises apresentadas podem ser necessárias outras abordagens como cirurgia, Estimulação do nervo vago (ENV) e a Dieta cetogênica, que consiste na restrição drástica das fontes de carboidrato da alimentação.
O médico neurologista deverá acompanhar o indivíduo por toda vida, para adequar a medicação às necessidades que a pessoa apresenta.
O que fazer numa crise epilética
Ao presenciar um ataque de epilepsia deve-se manter a pessoa deitada no chão, de lado, e deve-se tentar colocar uma almofada sobre a cabeça e afastar os objetos que a possam machucar. Não deve oferecer nada para comer ou beber durante uma crise, nem tentar segurar a língua.
Quando a crise cessar, deve permanecer junto à pessoa, que pode estar confusa ou envergonhada, em alguns casos pode ter necessidade de dormir profundamente logo a seguir.