Família

Chocolate: quando a criança pode comer?

Escrito por Cláudia Pereira

Os chocolates estão em todo o lado, nas prateleiras mais acessíveis dos supermercados, junto das caixas de pagamento e nas mãos de familiares bem intencionados, que só querem dar um miminho à criança. Mas, qual o melhor momento para oferecer chocolate à criança? Qual a quantidade que pode ser consumida pelas crianças? Deve evitar-se a todo o custo? Vamos tentar responder a todas estas dúvidas, para que possa decidir qual o melhor forma de atuação para a sua família!


Com que idade introduzir o chocolate?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os doces em geral, e o chocolate em particular, não devem fazer parte da alimentação da criança nos primeiros 2 anos de vida. Por um lado, não acrescentam valor em termos nutricionais e, por outro, quanto mais tarde introduzir as guloseimas, mais fácil será restringir o seu consumo. Esta entidade também recomenda que a ingestão de açúcar diária da criança não ultrapasse as 25 gramas, o equivalente a 2 colheres de sopa.

Após os 2/3 anos torna-se mais difícil limitar o acesso ao chocolate e a outras coisas doces, especialmente porque vê outras crianças a comer, publicidade de doces, recebe mais prendas de amigos e familiares. Por isso, o segredo é tentar atrasar a introdução do chocolate na alimentação da criança, oferecendo outros alimentos naturalmente doces, como frutas. Se tiver dúvidas, converse com o pediatra da criança e mantenha sempre uma alimentação equilibrada em casa, rica em vegetais, frutas e alimentos não processados.

Quando dar chocolate à criança?

Se optar por dar chocolate ao seu filho, ofereça como completo das refeições e nunca como substituição das mesmas. Ou seja, um quadrado de chocolate preto pode ser ingerido após o almoço como sobremesa e para acompanhar uma peça de fruta (evite o jantar para não estimular demasiado a criança).

Chocolate não é lanche nem snack, por isso não ofereça de forma isolada a meio da tarde. Como contém açúcar refinado, de rápida absorção, faz subir rapidamente a glicose no sangue, causando a produção de altas doses de insulina. Este pico no organismo é bastante rápido e faz com que as crianças tenham um “ataque de fome” logo de seguida.

Evite também o consumo antes das refeições, pois, o estômago das crianças é mais pequeno e, se ingerir muitas guloseimas, não vai ter espaço para uma refeição saudável!

Algo muito importante é não fazer do chocolate uma moeda de troca para a criança comer tudo o que está no prato. Não é um bom hábito alimentar nem educacional. A criança precisa aprender que a comida é algo bom, não que tem de ser comido para chegar à “parte boa”. O consumo do chocolate deve ser visto pela criança como algo especial, que ocorre apenas em determinados momentos.

Qual é o melhor tipo de chocolate?

O chocolate não é todo igual, por isso é importante que, ao dar à criança para experimentar, escolha um chocolate de boa qualidade, com pouco açúcar e mais cacau (no mínimo 70% cacau). O problema é que, normalmente, os chocolates publicitados como infantis – os chamados chocolates de leite – são muito doces, com menor quantidade de cacau e bastante gordura. Por isso, na realidade, o que a criança aprecia é o doce do chocolate, não o chocolate em si (da mesma forma que os adultos). Se apenas der chocolate “mais natural” com mais cacau e menos açúcar contribui para moldar o paladar da criança e diminuir o consumo de coisas doces.

O chocolate tem benefícios para as crianças?

Consumido em excesso, o chocolate pode causar vómitos, desarranjos intestinais e mal-estar geral. Por ter substâncias estimulantes, como a cafeína, pode prejudicar o sono e os momentos de descanso da criança. Existe também o risco de reação a alguns dos componentes do chocolate, como leite ou glúten (devido aos cereais presentes), para além de contribuir para a obesidade infantil.

Embora possa fazer mal à criança, como já vimos, também pode trazer benefícios gerais, se consumido de forma moderada e esporádica.

Pequenas quantidades de chocolate de boa qualidade com pouco açúcar e mais cacau é benéfico para imunidade, pode ajudar o organismo a funcionar melhor (é antioxidante e anti-inflamatório) e proporciona sensação de bem-estar, devido à libertação de endorfinas e serotonina.

Sobre o Autor

Cláudia Pereira

Educadora Social, formadora certificada, especialista em educação, dificuldades de aprendizagem e necessidades educativas especiais.
Empreendedora digital, criativa e apaixonada por criar conteúdo útil e prático para pais e profissionais.